De 1956 a 1974, os estudantes portugueses enfrentaram uma ditadura, ideologicamente implacável, politicamente repressiva. Fizeram-no em nome do direito a aprender, contra a escola de então, mas também contra a guerra, as prisões por delito de opinião, o colonialismo, o capitalismo. Jovens rapazes e raparigas cerraram punhos pela ideia de socialismo, com referências nos Estados sociético e chinês, ou sem elas. Fundaram organizações, partidos clandestinos, cine-clubes, grupos de teatro, jornais, revistas. Romperam com os cânones artísticos, importaram modas e teorias. Ao som de Joan Baez ou Zeca Afonso, debateram e confrontaram-se, fazendo frente ao poder que ajudaram a derrubar. Foi em grande parte pela revisitação das suas memórias que este livro se fez.