Depara-se o leitor com um relato invulgar que alia a uma vivência pessoal do narrador, ilustrada por ocorrências, cenas e episódios, impossíveis de captar sem a participação directa na acção, num permanente confronto quase diário com factos históricos importantes, para a História da Guerra Peninsular e fim da epopeia napoleónica. Transportando-o da serrania portuguesa para a frente de batalha europeia, marítima ou transcontinental, com a leveza de quem tem acesso a fontes de conhecimento privilegiadas, como se de "palavras apetrechadas de asas" (Odisseia, Canto I) usasse, o autor consegue envolver o leitor num permanente interesse histórico. Esta constante dicotomia proporciona à narrativa uma vivacidade que atrai o comum leitor, sem de modo algum afastar o estudioso da época que marca a transição do mundo moderno para o contemporâneo. Num momento e passam 200 anos sobre os acontecimentos relatados, a descoberta acidental deste documento inédito, justifica plenamente a sua publicação.